Durante a votação da Medida Provisória que reajusta, de forma escalonada, a tabela do Imposto de Renda, nesta terça-feira (30), o líder da oposição, senador Alvaro Dias (PSDB/PR) lamentou o que chamou de apropriação indébita do governo ao que pertence ao contribuinte brasileiro: “Mais uma vez o governo põe a mão grande no bolso do contribuinte. A primeira proposta estabelecia a correção de 4,5%. O deputado Mendonça Neto apresentou emenda com a correção adequada: 6%. O Congresso aprovou; a presidente vetou e enviou essa outra MP com escalonamento. Há uma estratégia de escamotear a verdade. A correção só valerá a partir de abril, o que vai prejudicar ainda mais o contribuinte, que pagará imposto acumulado, com a desculpa de que o governo terá um impacto menor nas contas públicas. A emenda do senador Cássio Cunha Lima para que a proposta retrocedesse a janeiro faria justiça ao contribuinte, mas foi rejeitada. O governo fala da crise, exige sacrifícios do contribuinte, mas o próprio governo não faz a sua parte, transferindo a crise provocada pelos seus equívocos para os brasileiros”, disse.
O senador também lamentou a rejeição das emendas que beneficiavam caminhoneiros e permitiam aos professores a dedução de IR com as despesas com livros, o que, na opinião de Alvaro Dias, “permitiria a atualização dos mestres”. “Não podemos continuar carimbando o que vem da Câmara, com a desculpa de que a aprovação de emendas atrasaria a votação. Por isso, não é com alegria que aprovamos essa MP, mas pior seria rejeitá-la”, finalizou.
Foto: Thati A. Martins