O senador Alvaro Dias, no Plenário, além de condenar o silêncio do governo Dilma em relação ao veto do presidente Nicolás Maduro, da Venezuela, à presença do ex-ministro Nelson Jobim em comitiva de observação das eleições, fez um alerta aos parlamentares: o líder venezuelano, ao afirmar que é preciso “ganhar as eleições, seja como for”, admite a hipótese de que será cometida fraude no pleito marcado para o próximo dia 06 de dezembro.
“Nos últimos dias, debateu-se no Congresso o veto ao nome do ministro Jobim como observador nas eleições da Venezuela. É mais um indicativo de que na Venezuela já não há existência de democracia, mas sim há uma pseudodemocracia, ou uma democracia em decomposição. Afirmamos aqui que o veto ao ministro Jobim se constituía em prenúncio da fraude eleitoral e, sob o olhar obsequioso da diplomacia brasileira, o governo Maduro prepara vários atos a encenação do pleito do dia 6 de dezembro próximo. Sem qualquer pudor, Maduro declara que há que ganhar as eleições, seja como for. Aliás, nós já ouvimos isso por aqui também. As declarações do presidente põem em xeque a lisura do processo eleitoral no país vizinho”, afirmou o senador.
De acordo com Alvaro Dias, o presidente Nicolás Maduro, recentemente, remanejou distritos eleitorais para assegurar mais cadeiras na Assembleia Nacional para aqueles locais em que há o alinhamento com o chavismo. O presidente venezuelano também instituiu, segundo o senador, o estado de exceção em municípios, além controlar a mídia e manter presos os candidatos oposicionistas.
“Sem a presença dos observadores externos do TSE, que seriam liderados pelo ex-ministro Nelson Jobim, quem poderá chancelar a lisura das eleições na Venezuela? Com toda desfaçatez, o governo venezuelano declara que não vetou a presença de Nelson Jobim, designado originalmente pela Presidente Dilma para chefiar a delegação de observação do pleito. Além disso, o que é mais grave e o que queremos destacar é o caráter ditatorial do chavismo na Venezuela. Este governo Maduro, quando teme o prestígio de um líder de oposição, o coloca na cadeia. Esta é a pseudo democracia venezuelana”, protestou o senador Alvaro Dias.