No pronunciamento que fez em plenário, nesta segunda-feira(9/11), o senador Alvaro Dias também destacou a participação no 2º Congresso Ibero-Americano de Saúde, Estética e Bem-Estar, realizado nesse fim de semana na cidade de Passo Fundo(RS): “ O nosso agradecimento aos organizadores desse Congresso; à professora Ivone Moser e ao professor Marcelo. No Rio Grande do Sul, tive a oportunidade de abordar o caos da saúde pública no nosso País. E há uma frase significativa – que está escrita e já é uma frase histórica no meu Estado, o Paraná, nas paredes da Secretaria de Saúde: ‘A saúde do povo é a suprema lei’. É um contraste com a realidade vivida neste País. O que temos não é a suprema lei em matéria de saúde pública: é o caos. É a tragédia administrativa. É a consagração da incompetência de quem governa”, disse.

O senador lembrou um estudo feito pelo Banco Mundial, no qual ficou comprovado que a ausência de planejamento, a má aplicação dos recursos públicos e a corrupção são as grandes causas da crise na saúde brasileira: “Quem rouba o dinheiro da saúde comete dois crimes: o crime de roubo e o crime de assassinato, porque há pessoas que morrem vítimas da ausência de recursos para o atendimento eficaz nos hospitais deste País. Quantas delas amontoadas em corredores à espera da assistência que não chega, porque antes chega a morte? Trata-se, portanto, de crime hediondo. Verdadeiros assassinos são os ladrões do dinheiro da saúde pública no nosso País. O Banco Mundial é quem atesta, não é a oposição”

O balcão de negócios na área de saúde, com o loteamento de cargos, também foi criticado por Alvaro Dias, assim como o corte de recursos para a área. Em matéria de investimentos, nos últimos meses, o corte no Ministério da Saúde foi de R$13 bilhões, o segundo maior corte na Esplanada dos Ministérios: “ É por isso que 90% da população brasileira, segundo o Instituto Datafolha, está insatisfeita com os padrões do serviço de saúde pública oferecido no nosso País. E o martírio daqueles que se utilizam dos postos de saúde? 29% dos postos de saúde em nosso País, segundo pesquisa do Tribunal de Contas da União, não têm estetoscópio;  e em outros 32% dos postos falta aparelho para medir pressão. Já 81% dos hospitais públicos estão  com déficit de médicos e enfermeiros; 56% com déficit de medicamentos e ataduras e há o bloqueio de leitos hospitalares em 77% dos hospitais do País. Onde está a sensibilidade de quem governa o País? Há alguns anos,  eu afirmei desta tribuna que o debate sobre saúde pública deveria ser o debate da década. Mas esse debate não existiu. O debate do governo é sobre CPMF. Isso é perversidade do governo, porque, neste tempo de crise brutal, de desemprego, de recessão, de inflação, o governo falar em aumentar impostos é trombar na realidade dura em que estamos vivendo, é trabalhar na contramão, é ser contraditório”, finalizou o senador.