O pagamento de juros da dívida pública do País vai ultrapassar a barreira de R$ 1 trilhão neste ano, o Brasil sofre com uma crise econômica acentuada, a população vê a inflação disparar e os empregos sumirem, mas o governo Dilma segue sem apresentar alternativas para vencer os problemas e continua se valendo de falsas promessas aos brasileiros. A afirmação foi feita pelo senador Alvaro Dias, durante audiência pública na manhã desta terça-feira (15) com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Depois de ouvir a exposição do presidente do BC, o senador Alvaro Dias disse ter sentido um profundo desânimo na fala de Tombini, principalmente quando ele não foi capaz de emitir sinais claros sobre o cumprimento da meta de inflação no próximo ano. Segundo o dirigente, a inflação de 2015 deve fechar o ano de 2015 com alta acumulada de 10,5%, e a de 2016 também deve estourar o teto da meta oficial, de 6,5%. Para Alvaro Dias, as perspectivas ruins para o país são fruto da falta de credibilidade e de inteligência do Poder Executivo, e disse que é difícil acreditar em um governo que descumpriu todas as promessas feitas em sua campanha.
“Eu ouvi com desânimo a manifestação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e não sei muito bem se é consequência desse momento que vivemos, com as sirenes da Polícia Federal ecoando pelas ruas de Brasília, ou se é pela completa falta de capacidade do governo de criar alternativas para vencer a crise que se agrava a cada dia. O que mais preocupa o povo brasileiro é a ausência de credibilidade do Poder Executivo, é a completa falta de criatividade e de inteligência deste governo para tomar medidas capazes de melhorar a situação das contas públicas. Por isso, neste cenário de descrença, é possível observar o constrangimento do presidente do Banco Central em falar em nome de um governo desacreditado”, afirmou o senador Alvaro Dias.
Nos questionamentos feitos ao presidente do Banco Central, o senador Alvaro Dias destacou que de 2011 a 2014, apesar da meta oficial de inflação ser 4,5%, o índice inflacionário ficou sempre próximo ao teto da meta, de 6,5%, e este ano deve ficar em torno de 10,4%. “Após o descumprimento por cinco anos das reiteradas promessas de que a meta de inflação será atingida, o que mudou agora que possa fazer com que os agentes econômicos acreditem que a autoridade monetária brasileira conseguirá reduzir a taxa de inflação e atingir o centro da meta nos próximos dois anos?”, questionou o senador.
De forma enfática, o senador Alvaro Dias fez duras críticas ao fato de que o governo federal não consegue apresentar qualquer solução ou alternativa de administração mais eficiente para o problema da dívida pública do país. “A dívida pública está asfixiando os setores produtivos, e gasta-se R$ 3 bilhões por dia apenas com amortização e serviço desta dívida”, afirmou o senador, que durante a audiência recebeu um documento do Ministério da Fazenda confirmando que até 31 de outubro, já foram gastos R$ 939 bilhões com o pagamento dos juros da dívida pública.
“Vamos ultrapassar um trilhão neste ano apenas com os juros e serviço da dívida. Portanto, hoje estamos diante deste cenário de dívida gigantesca e sem solução. A nossa indagação ao presidente do Banco Central é se o governo Dilma tem realizado estudos, se tem buscado experiências de outros países que administram melhor suas dívidas, se há alguma perspectiva de que o governo brasileiro vai apresentar uma alternativa de administração deste endividamento. Se este governo consome 50% dos recursos para pagar juros, cortar R$ 10 bilhões do Bolsa Família nada resolverá, assim como não resolve criar a CPMF. Também este ajuste fiscal, diante da monumental dívida, não será solução para os problemas do Brasil. Enquanto estivermos gastando a metade do que arrecadamos apenas para pagar juros, faltarão recursos para a saúde, a educação, a infraestrutura, a segurança pública, e tantos outros setores que hoje se encontram abandonados por este governo”, concluiu o senador Alvaro Dias, que não obteve nenhuma resposta objetiva do presidente do Banco Central às suas indagações.