No pronunciamento que fez em plenário, nesta segunda-feira (11/4), o senador Alvaro Dias (PV/PR) também falou sobre o BNDES que, segundo ele, é um dos instrumentos do endividamento monumental do governo. “O governo se utiliza do BNDES como instrumento, como artimanha, para tumultuar a administração pública com uma contabilidade anarquizada. O BNDES passou a ser, portanto, um instrumento de políticas desonestas adotadas pelo governo”, disse.

De acordo com Alvaro Dias, quando a presidente da República decidiu alterar o Estatuto Social do BNDES, por meio de decreto, para permitir que o banco financiasse a aquisição de ativos e investimentos realizados por empresas de capital nacional no exterior, houve uma operação mágica do governo. “Ele tirou da cartola, porque o que se fez foi jogar para fora do Brasil bilhões de reais para atender o interesse de outras nações”.

O senador lembrou que, de 2008 a 2014, o governo Federal transferiu, com juros mais baixos, ao BNDES, cerca de 716 bilhões. No ano de 2008, 159 bilhões de recursos do FAT, PIS, Pasep e FGTS foram destinados ao BNDES. E, em 2014, o valor acumulado chegou a 243 bilhões. “ O governo vem subtraindo dos trabalhadores brasileiros o ganho que não poderia, em hipótese alguma, subtrair. O governo tem colocado a mão grande, portanto, no bolso dos trabalhadores brasileiros”.

Outros dados revelados por Alvaro Dias mostram que, de 2003 a 2013, o BNDES emprestou US$8,6 bilhões a outros países, sendo que Angola abocanhou 33%. Angola, 33%! Argentina, 22%; Venezuela, 14%; e Cuba, 7%. “Nós sabemos que irregularidades foram praticadas na concretização desses empréstimos. Vou citar um exemplo: para a construção do Porto de Mariel, a 40 quilômetros de Havana, o prazo foi de 25 anos. Ocorre que, pelas regras, pelas normas estabelecidas, o prazo não pode superar 15 anos. Nesse caso, dez anos além. O empréstimo cubano teve o prazo mais longo entre as obras financiadas fora do País. A maioria dos empréstimos foi feita em prazo próximo a 15 anos. É importante ressaltar que Cuba é um dos países com pior nota de risco de crédito do planeta. Quando é que o Brasil vai ver esses recursos retornando? Nós não podemos ser tolerantes com a prepotência e com a corrupção. E a penalização dos responsáveis, certamente, passará pelo impeachment da presidente da República”, finalizou o senador.

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