“Que mídia golpista é essa que realiza um esforço diário para dividir o tempo na sua programação entre os que são favoráveis e os não são favoráveis ao impeachment? Que mídia golpista é essa que está levando aos brasileiros, no dia de hoje, a palavra dos que defendem a permanência da presidente?”. Estes questionamentos foram feitos pelo líder do PV, Alvaro Dias, ao inquirir os convidados presentes na sessão desta terça-feira (03) da comissão especial do impeachment.
As indagações do senador Alvaro Dias foram feitas em resposta às declarações do ex-presidente da OAB, Marcello Lavenère, que na defesa do governo Dilma, disse, na comissão, que o Brasil está rachado, com famílias e amigos se dividindo graças, segundo ele, a uma campanha ardilosa feita por uma mídia oligopolizada. “Essa imprensa golpista inoculou na população um sentimento de raiva e intolerância”, alegou o ex-presidente da OAB.
Além de criticar as declarações proferidas contra a imprensa brasileira, feitas justamente no dia da liberdade de imprensa, o senador Alvaro Dias afirmou que é mentirosa a tentativa de se afirmar que o país estaria dividido. “As pesquisas indicam que nós temos dois terços para um lado e um terço para o outro. O povo brasileiro majoritariamente deseja o impeachment da presidente Dilma, e esse apoio popular à causa do impedimento está configurado nas fotografias que são exibidas sobre as multidões nas ruas protestando contra este governo”, disse o senador.
Ainda em sua intervenção na comissão especial do impeachment, o líder do Partido Verde elogiou a atuação de movimentos que nasceram nos últimos anos, e que se estabeleceram com a participação de pessoas sem vínculos com partidos políticos ou governos. Para o senador, a indignação coletiva com o “assalto” praticado por este governo aos cofres públicos fez renascer uma nova nação, mais participativa e ciente dos seus direitos.
“Vimos nos últimos tempos o surgimento de movimentos de pessoas que foram Às ruas protestar contra a corrupção. Grupos como o Movimento Brasil Livre, o Política Viva, o Vem Pra Rua e tantos outros, que espontaneamente levaram multidões às ruas do Brasil. Os partidos políticos inclusive foram dispensados, os políticos foram dispensados, e os brasileiros nas ruas fizeram renascer uma nova nação, com capacidade de indignação e disposição para construir um novo país. Em virtude disso, não podemos ignorar o conjunto da obra de assaltos praticados nos últimos anos, quando se banalizou a corrupção. Portanto, essa tese de golpe disseminada pelo governo e seus partidários vai entrar para a história como o maior vexame dentro desta tragédia política que nosso país está enfrentando”, concluiu o senador Alvaro Dias.