O senador Alvaro Dias elogiou os nomes anunciados para compor a equipe econômica do novo governo Michel Temer, e que foi anunciada nesta terça-feira, 17, pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O senador destacou, no Plenário, o critério adotado para a escolha da equipe, com base na competência, na qualificação técnica e na meritocracia.
“Hoje, o ministro Henrique Meirelles anunciou nomes importantes da equipe econômica dando início, portanto, às mudanças que pretende introduzir no cenário econômico do País. Nós que adotamos já aqui uma postura de independência em relação ao Governo interino queremos enaltece o critério adotado para a composição da equipe econômica. E manifestar, evidentemente, o voto de confiança desejando obviamente que os objetivos propugnados sejam alcançados pela nova equipe econômica. O destaque é para o critério adotado, da competência, da qualificação técnica. É assim que se compõem equipes na Administração Pública, assim é que deveríamos compor todo o ministério”, afirmou.
O ministro Henrique Meirelles anunciou os seguintes nomes para compor a equipe econômica do governo Temer: Ilan Goldfajn, economista, para a presidência do Banco Central; Marcelo Abi-Ramia Caetano, economista, como secretário da Previdência; Mansueto Facundo de Almeida Jr, economista, como secretário de Acompanhamento Econômico; Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, doutor e mestre em economia, como secretário de Política Econômica. O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, foi mantido em seu cargo, assim como o secretário do Tesouro Nacional, Otavio Ladeira de Medeiros.
O líder do Partido Verde afirmou, na Tribuna, que a nova equipe terá muitos desafios pela frente, entre eles, um dos mais complicados, a administração da brutal dívida pública do País. O senador lembrou que a dívida, que já chegou ao patamar de R$ 4 trilhões, impõe ao governo brasileiro gastar a metade do que arrecada com o pagamento de juros e serviços para a sua rolagem.
“Um governo que gasta 50% do que arrecada no pagamento de juros e serviços da dívida não tem outra alternativa de solução a não ser, preliminarmente, equacionar esse impasse, superar esse impasse proposto pela elevada dívida do País. E, é possível? Creio que sim. O que ouvimos nos últimos tempos, em matéria de dívida pública brasileira da parte do governo, foi muito pouco. Essa questão passou ao largo das preocupações essenciais do governo que foi apeado do poder recentemente. Nós imaginamos que passa a ser, agora, a prioridade do atual governo e da equipe econômica, hoje, anunciada pelo ministro Henrique Meirelles”, afirmou Alvaro Dias.
Um outro gargalo apontado pelo senador Alvaro Dias como prioritário para ser solucionado pela nova equipe é o gasto público, que atingiu patamares jamais alcançados. O senador afirmou que o descontrole nos gastos surgiu como consequência do modelo promíscuo do balcão de negócios, do aparelhamento do Estado e do loteamento dos cargos públicos, que ampliou de forma excessiva a estrutura da administração pública.
“Esta é uma questão essencial, adotar mecanismos eficientes de controle dos gastos públicos. O governo que foi desalojado do poder, nos últimos dias, não adotou esses mecanismos e possibilitou o crescimento exagerado desses gastos. Imagino que Henrique Meirelles vai determinar à sua equipe solução urgente para a questão do gasto público e, obviamente, nós sabemos que a presença destes novos integrantes da equipe econômica sinalizam para a redução das altas taxas de juros, o que significa, também, esperança e estímulo ao crescimento econômico. Enfim, um voto de confiança a essa equipe que hoje é anunciada”, concluiu o senador Alvaro Dias.
No seu pronunciamento, o senador citou também as projeções ainda desfavoráveis para a economia nacional neste ano, e pediu atenção da nova equipe econômica ao crescente endividamento das famílias brasileiras, que, segundo ele, tem levado a população ao desespero. O senador destacou que há empresas e microempresas fechando porque não conseguem pagar a conta de luz ao final do mês, e que o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas dívidas é crescente.
“O exponencial aumento do endividamento das famílias brasileiras registra um itinerário de desolação, dramas pessoais, alguns até com contornos trágicos. No rastro da deterioração da economia, do comprometimento da renda das famílias, do desemprego avassalador, não restou opção às famílias: os atrasos com os compromissos mensais das prestações ganharam proporções gigantescas, criando uma rotina de aflições no seio da família brasileira. Este é um grande desafio para a nova equipe econômica, mudar este cenário desolador do endividamento das famílias. Há aqueles que moram em condomínios e não conseguem sequer pagar o condomínio ao final do mês; aqueles que adquiriram um carro para o seu trabalho e não conseguem mais pagar a prestação, a casa própria. Toda a linha de crédito que estimulou gastos impulsionou a dívida das famílias brasileiras. É hora, portanto, de se encontrar uma solução. Não podemos ficar olhando de forma omissa para o drama vivido por milhões de brasileiros. É hora de esta equipe econômica que, hoje, é anunciada, idealizar alternativas criativas que possam minimizar o drama vivido por essa gente”, concluiu o senador do PV.