No discurso que fez em plenário, nesta quarta-feira (14/9), o Líder do PV, senador Alvaro Dias, disse que, apesar dos avanços provocados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, as portas do endividamento foram abertas, nos últimos anos, e o governo passou a permitir a obtenção de empréstimos externos, sem a prudência que se recomenda. “Aprovamos, aqui no Senado Federal, a contratação de inúmeros empréstimos externos por municípios, estados e pela União, contrastando, muitas vezes, com as taxas de juros praticadas pelo BNDES, em benefício de alguns grupos econômicos privilegiados no País e, sobretudo, de nações amigas dos nossos governantes”, disse.
Alvaro Dias citou como exemplo o empréstimo sigiloso do BNDES que beneficiou Cuba e Angola, contrariando os dispositivos normativos da própria instituição financeira, estendendo o prazo de pagamento: “Uma extensão desnecessária, porque, certamente, esses empréstimos não serão pagos. O Brasil já autorizou o perdão de dívidas a países africanos. De empréstimos anteriormente concedidos, o governo brasileiro perdoou pelo menos um, e os demais nós conseguimos impedir na Comissão de Assuntos Econômicos. Mas, certamente, empréstimos a países como Cuba, de longo prazo, com taxas privilegiadas de juros, não retornarão”.
Para o senador, a aplicação dos recursos disponibilizados ao BNDES tem sido temerária, com desvio de finalidade e vícios de origem: “Nós tivemos R$716 bilhões, nos últimos anos, transferidos ao BNDES. De onde? R$470 bilhões do Tesouro Nacional, e o restante do FGTS, do FAT e do PIS/Pasep, recursos dos trabalhadores. Isso levou o Brasil a esta crise monumental. O governo brasileiro preferiu gerar emprego em Cuba, na Venezuela, no Equador, no Peru, na Argentina e em outros países do que gerar emprego no nosso País”.