As autoridades do governo Dilma, assim como seus representantes no Congresso, procuram veicular a teoria de que as críticas à economia do país são mero “pessimismo”, ou “torcida contra”. Alguns números índices divulgados nesta sexta-feira desmentem o ilusionismo do governo. O IBGE, por exemplo, divulgou nesta sexta-feira (21) o IPCA, o índice oficial de inflação, que mostrou que os preços continuam em alta neste começo de ano. Segundo o IBGE, houve, em fevereiro, elevação de 0,70% na inflação, e nos dois primeiros meses de 2014, o IPCA já acumula aumento de 1,37%. Em 12 meses, a prévia da inflação oficial avançou para 5,65%. Outra notícia negativa vem do próprio Banco Central, que divulgou o resultado do Brasil nas transações com o exterior, que incluem a compra e venda de bens e produtos e a prestação de serviços. De acordo com o BC, o Brasil registrou um saldo negativo de US$ 11,591 bilhões em janeiro, acima do que previa a própria instituição (US$ 11 bilhões). No acumulado em 12 meses, o resultado negativo é de US$ 81,615 bilhões, número que, a continuar neste ritmo, ultrapassará o saldo negativo de 2013, que foi de US$ 81,374 bilhões, o maior déficit da série histórica do Banco Central, iniciada em 1947. Por último, o próprio governo Dilma reduziu de 3,8% para 2,5% a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, que é usada como parâmetro macroeconômico para o Orçamento da União deste ano. O valor estimado pelo governo, entretanto, ainda é bem mais otimista do que a expectativa de 1,79% de crescimento da economia brasileira projetada pelos analistas econômicos, segundo a Pesquisa Focus do Banco Central.