O senador Alvaro Dias rebateu de forma veemente, da Tribuna do Plenário, as afirmações do líder petista Humberto Costa, de que o governo federal não utilizou recursos públicos na construção de estádios para a Copa do Mundo. Na sessão plenária desta segunda-feira (17), o senador disse que a afirmação de Costa não é verdadeira porque 97% das verbas que estão sendo destinadas para as obras são de origem pública, mesmo que estejam sendo aplicadas pelos governos estaduais, por bancos públicos como Caixa Econômica e Banco do Brasil, ou bancos de fomento como o BNDES.

“Só dá para concordar com o senador Humberto Costa em uma coisa: realmente não é do governo e não é do PT o dinheiro que está sendo gasto para a realização da Copa. Esse dinheiro é do povo brasileiro. É o dinheiro do contribuinte, que paga impostos, muitas vezes sem poder pagar. É esse dinheiro que está sendo gasto para a festa de muitos, mas não é a festa para todos os brasileiros, especialmente para os brasileiros pobres. Ora, todos nós sabemos: não há 3% dos recursos investidos na Copa do Mundo com origem na iniciativa privada. Os recursos todos, ou quase todos os recursos, cerca de 97%, são de origem pública, principalmente através de empréstimos oferecidos pelo BNDES. E a origem dos recursos do BNDES está no FAT, no FGTS, sai do bolso do trabalhador, são, enfim, recursos do Tesouro Nacional”, afirmou o senador Alvaro Dias.

No seu pronunciamento, o senador Alvaro Dias também criticou o governo federal por aceitar diversas imposições da FIFA para a realização da competição, como, por exemplo, a determinação de impor restrições a voos de aeronaves próximos a estádios de futebol, em horários de jogos. Como destacou o senador, cerca de 800 voos serão cancelados e outros 150 remanejados nas 12 cidades-sede, afetando 16 mil passageiros que devem ter seus bilhetes cancelados.

“Mas o Governo do Brasil não está nem aí com o povo brasileiro, quer agradar ao Sr. Blatter, quer agradar à FIFA. Obedece cegamente, rasteja como germe impotente diante da prepotência de uma entidade internacional. Um exemplo drástico da zona de exclusão imposta nas cidades-sede da Copa: na final, no Maracanã, a zona de exclusão terá duração de sete horas. Esse governo joga no chão a soberania nacional”, afirmou o senador Alvaro Dias, no Plenário.