Em pronunciamento no Plenário, o senador Alvaro Dias rebateu declaração da presidente Dilma Rousseff, de que a criação da CPI para investigar denúncias de irregularidades em operações da Petrobras teria caráter “eleitoreiro”. No Palácio do Planalto, em solenidade de posse de novos ministros, Dilma disse que “os aliados saberão agir para impedir que motivações meramente eleitorais acabem por atropelar a clareza e esconder a verdade”. O senador rechaçou a afirmação da presidente e afirmou que o Congresso não pode deixar de cumprir o seu dever, de fiscalizar e investigar o Executivo em busca da clareza e da verdade, apenas porque o país estaria passando por um período eleitoral.

“Queremos rechaçar a afirmação da presidente Dilma. Não há o propósito de natureza eleitoral no pedido de criação desta CPI para investigar a Petrobras. O que há é o cumprimento do dever constitucional do Congresso. Afinal, as instituições do País devem funcionar sempre, mesmo em anos eleitorais. Não é porque este é um ano de eleições que as instituições devem ficar paralisadas, sem exercitar suas prerrogativas, sem cumprir com seus deveres. Os parlamentares não podem abrir mão de suas prerrogativas de fiscalizar e investigar os atos do Poder Executivo apenas por conta do período eleitoral”, disse o senador.

No seu discurso, o senador Alvaro Dias relatou aos parlamentares o resultado de reunião de partidos de oposição realizada na manhã desta terça-feira (1º), em que se decidiu conferir prioridade à formação de uma CPI Mista de investigação da Petrobras. Segundo o senador, a intenção é a de se permitir que os deputados federais possam participar e contribuir com a apuração das denúncias de corrupção e irregularidades cometidas pela diretoria da estatal.

“É legítimo e conveniente que os deputados queiram participar da CPI, e certamente poderão prestar uma grande contribuição no aprofundamento das investigações exigidas para a responsabilização civil e criminal de eventuais envolvidos em desvios e ilícitos praticados, assim como de atos de corrupção e irregularidades na gestão da Petrobras nos últimos anos. Uma gestão temerária que levou a empresa a uma situação claudicante, com um endividamento exorbitante. O que se estabeleceu nessa reunião, portanto, é que continuaremos com os procedimentos necessários para a instalação da CPI do Senado. Não abrimos mão dessa alternativa; mas, evidentemente, se em tempo houver a coleta das assinaturas na Câmara dos Deputados, nós transformaremos essa CPI, exclusiva do Senado, em CPI mista com a participação dos deputados e senadores”, afirmou o senador.