O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, após participar de audiência, na manhã desta terça-feira, com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou que a presidente Dilma não irá cancelar o decreto que cria os conselhos populares. A negativa do cancelamento do decreto foi feita apesar dos apelos do presidente da Câmara, que pediu que o governo enviasse uma proposta de criação dos conselhos por meio de projeto de lei.
Após a reunião, o presidente da Câmara disse que irá discutir com os líderes partidários sobre que caminho a Casa irá tomar após a notícia de que o governo não irá ceder na criação da chamada Polícia Nacional de Participação Popular. No Senado, havia sido combinado entre os líderes partidários a realização de uma audiência pública nesta quarta-feira, 2 de julho, para debater o tema da criação dos conselhos no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça. Na ocasião, seria discutido o Projeto de Decreto Legislativo (PDL), apresentado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), para suspender os efeitos do ato presidencial. O projeto do senador já possui parecer favorável emitido pelo senador Pedro Taques, e é defendido até mesmo por parlamentares governistas, como o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Jucá disse que Dilma deveria revogar o decreto e discutir o assunto em projeto de lei. O próprio presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrou de Dilma o recuo e a discussão da questão por meio de projeto de lei ou medida provisória.
Apesar de ter sido agendada a audiência pública sobre o projeto do senador Alvaro Dias, ainda não está garantida a realização do debate na CCJ, em razão da interrupção dos trabalhos no Congresso por conta da Copa do Mundo e convenções partidárias. O governo aposta na falta de quórum para que seja adiada tanto a audiência quanto a própria votação do projeto de Alvaro Dias que susta os efeitos do decreto de Dilma sobre os conselhos populares.