No discurso que fez em plenário, nesta quinta-feira(21/10), o Líder da Oposição, senador Alvaro Dias, criticou o que chamou de acordo de procedimentos entre o governo, a presidência da República e a presidência da Câmara dos Deputados. “Parece-me existir um acordo de procedimentos. E, nesse acordo, a estratégia é ganhar tempo, de um lado e do outro, em razão das denúncias contra o presidente da Câmara e as que atingem a presidência da República e podem culminar com a instauração de um processo de impeachment. Fica claro que há um acordo de proteção mútua, com medidas protelatórias, com a estratégia de tornar o assunto cansativo. Essa morosidade trabalha contra a eficiência, e só atende ao interesse dos que são alcançados pelas irregularidades denunciadas, mas não atende ao interesse desse país, que é sair da crise, que é caminhar para o desenvolvimento econômico, a cada dia mais distante, para nossa infelicidade e infortúnio dos brasileiros”, disse.

Segundo Alvaro Dias, o fato está posto, e a sociedade quer mudanças, diante de várias denúncias, principalmente o escândalo revelado pela Operação Lava-Jato: “O impeachment é um pleito popular hoje. De outro lado, existem razões de natureza jurídica que consubstanciariam esse pedido de impeachment com justificativas também irretocáveis. Mas o que ocorre é a indefinição. Creio que seria mais adequado para o País a definição desse impasse, a superação desse impasse. E a superação desse impasse só se daria celeremente se houvesse o acolhimento por parte da presidência da Câmara dos Deputados de um dos pedidos de impeachment, e a Câmara, através de dois terços, definisse o impeachment ou o recusasse. O pior dos mundos é a indefinição. Mesmo aqueles que não advogam o impeachment certamente gostariam de ver esse impasse superado. Teremos o impeachment ou não teremos o impeachment? Só deliberando a respeito. Portanto, causa-me surpresa o comportamento do Presidente da Câmara, protelando decisões. Mantém sobre a mesa pedidos de impeachment sem decidir sobre o destino deles. E isso provoca uma indefinição que paralisa o país”, finalizou o senador.