“Quem sabe a ciência brasileira não esteja oferecendo ao mundo uma revolução. Essa oportunidade não pode ser desperdiçada”, disse o senador Alvaro Dias, nesta quinta-feira (29/10), depois de 5 horas de audiência pública, realizada conjuntamente por várias comissões do Senado, para discutir o uso da fosfoetanolamina, substância desenvolvida pela Universidade de São Carlos (SP), e utilizada em caráter experimental, com ótimos resultados, no tratamento do câncer.

Cientistas e pacientes deram depoimentos emocionados sobre os casos de cura proporcionados pela substância, mas representantes do governo defenderam que a substância passe pelos protocolos científicos para se comprovar, ou não, sua eficácia, antes da liberação pública.

O senador Alvaro Dias destacou que a máxima “a saúde deveria ser a suprema lei” não vem sendo cumprida e fez um apelo para que o governo, em especial a Anvisa, agilize os procedimentos: “Estamos diante de um emaranhado burocrático que impede medicamentos que podem salvar vidas. Há cinquenta anos essa substância vem sendo testada nos Estados Unidos, e não há registro de dano. Se é uma substância lícita, por que não permitir o uso? Não é um momento para críticas ou oportunismo partidário, mas eu esperava das autoridades anúncios mais efetivos. Se os representantes do poder público não estão satisfeitos, que permitam testes oficiais em curto espaço de tempo. Aos parlamentares cabe a cobrança, mas quem tem a caneta cheia é o governo. A doença não pode esperar a boa vontade do governo. Não temos tempo a perder”, disse.

Alvaro Dias parabenizou ainda os cientistas defensores da substância que, segundo ele, falaram na audiência com a alma e o coração e o ministro do STF, Edson Fachin, que garantiu, em liminar, o uso da fosfoetanolamina para um paciente do Rio de Janeiro.