“Os caminhoneiros estão lutando para sobreviver, e o governo atua com arbitrariedade, com prepotência, com truculência, demonstrando seu viés ditatorial”. A afirmação foi feita pelo senador Alvaro Dias, ao protestar, na manhã desta quarta-feira (11), contra a edição de medida provisória, assinada pela presidente Dilma, que cria multa para quem interromper a circulação de veículos nas estradas. A medida, publicada na edição de hoje do Diário Oficial, foi feita especificamente para esvaziar o movimento de protesto realizado pelos caminhoneiros em estradas de todo o País.

Para o senador Alvaro Dias, o governo Dilma é desumano, e com essa medida, age com desfaçatez contra a categoria dos caminhoneiros, uma profissão que, para ele, está em declínio, ainda mais agora com o Palácio do Planalto não reconhecendo a sua importância.

“A presidente Dilma, ao invés de editar uma medida provisória para punir caminhoneiros, devia editar uma MP para fazer com que os ladrões do dinheiro público devolvam os recursos roubados, para que os partidos que se locupletaram com a corrupção na Petrobras e arrancaram bilhões da empresa, devolvam o fruto do roubo. Cabe uma MP para punir corruptos e não para punir caminhoneiros. Deixo aqui nosso protesto. Vamos continuar gritando contra os desmandos deste governo e em defesa dos caminhoneiros do Brasil”, afirmou o senador Alvaro Dias.

O texto da medida provisória altera o Código de Trânsito para impor uma “Infração gravíssima” a quem usar veículo para, “deliberadamente, interromper, restringir ou perturbar a circulação na via”. A penalidade imposta pelo governo é de multa, suspensão do direito de dirigir por doze meses e apreensão do veículo. A MP também impõe como medida administrativa para quem cometer o “delito” o recolhimento do documento de habilitação, remoção do veículo e proibição de receber incentivo creditício por dez anos para aquisição de veículos.