“Essa calunia é vingança contra quem foi dos primeiros a denunciar e adotar providências contra a corrupção na Petrobras. É também tentativa de desqualificar e calar alguém que veementemente vem defendendo a Operação Lava Jato, o Ministério Publico, a Policia Federal e a Justiça.Não conseguirão!”
Diante da publicação de trechos da colaboração do ex-deputado Federal Pedro Corrêa, que aborda suposta corrupção havida por ocasião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em 2009, em que o colaborador informa que teria ouvido dizer sobre a possibilidade de o Senador Alvaro Dias, hoje no PV, ter recebido alguma vantagem para inviabilizar a CPI da Petrobras em 2009, declaro:
“Os fatos que passo a relatar por si só desmentem a torpe insinuação de alguém que confessa ter roubado o País nos últimos 40 anos. Participei de todas as CPIs importantes desde a que originou a Ação Penal nº 470-STF, conhecida como “mensalão”, quando apresentei Voto em Separado propondo o impeachment do ex-presidente Lula por crime de responsabilidade. Fiquei só.
Fui o autor do requerimento de instalação da CPI da Petrobras em 2009, enfrentando enorme resistência do Governo, que atuou desde o início para impedir a investigação. Conseguimos sua instalação. O Governo contrariou a tradição e assumiu de forma plena o comando da Comissão. Escolheu a dedo sua ampla maioria. Diante daquela manipulação grotesca, anunciei que, se impedissem o trabalho de investigação, faria denúncia ao Ministério Público. Em face da escandalosa intervenção do Governo e membros de sua base aliada, denunciei que a CPI era uma farsa e, juntamente com senadores da oposição, protocolei petição à Procuradoria-Geral da República denunciando os principais crimes. Foram 18 (dezoito) representações, solicitando a instauração de procedimentos investigatórios para apurar a prática de ilícitos, especialmente aqueles previstos na lei nº 8.429/1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito.
Em 21 de dezembro de 2012, protocolei na Procuradoria-Geral da República representação denunciando a colossal negociata de Pasadena, crime que trouxe prejuízo de bilhões de dólares. Como consequência, em fevereiro de 2013 foi instaurado inquérito originando a abertura de processo criminal e a prisão preventiva de envolvidos.Posteriormente fui autor dos requerimentos de instauração das últimas CPIs da Petrobras, a Mista e a do Senado em 2014. Como alguém que combateu implacavelmente a corrupção na Petrobras, antes e depois de 2009, com ações concretas e públicas, poderia ter aceitado qualquer proposta ilícita para impedir investigação da Petrobras em 2009?
Os diversos elementos de prova (requerimentos, representações, jornais, vídeos, etc.) simultâneos e posteriores ao tempo da aludida CPI,desmentem o pérfido delator. É o confronto de fatos e ações concretas com a calúnia amparada no condicional e no campo do “ouvi dizer”.
Além disso, um vídeo gravado por câmeras de segurança comprova, segundo a Polícia Federal, uma reunião do então presidente do PSDB e senador Sérgio Guerra (PE) com o então diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e empreiteiros para enterrar a CPI da Petrobras em 2009. Na reunião, segundo a Folha de São Paulo, Guerra deixa clara sua disposição em não avançar na CPI, segundo a transcrição.
“O tucano afirma inclusive que seu então colega de partido, o senador Alvaro Dias (atualmente PV-PR), queria mandar `algumas coisas pro Ministério Público`, mas que ele tentaria `controlar isso` ( Leia a matéria https://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/06/1778352-para-pf-gravacao-mostra-lider-tucano-sergio-guerra-sabotando-cpi.shtml)
Faço esse gesto em respeito aos brasileiros e ao incansável e valoroso trabalho da imprensa, manifestando a minha mais profunda indignação diante dessa tentativa de retaliação contra alguém que, de forma veemente e reiterada, vem defendendo o trabalho do Ministério Público, da Polícia Federal, da Justiça Federal e da Operação Lava Jato, bem como os avanços na legislação penal, como a colaboração premiada e a possibilidade de prisão após a condenação em segunda instância.
Acredito, portanto, que cumpro meu dever ao apresentar esses argumentos para prevenir que a leitura de uma ilação isolada possa prejudicar quem atuou para denunciar atos ilícitos praticados nos últimos governos”.
Senador ALVARO DIAS