Em pronunciamento no Plenário, o senador Alvaro Dias disse que a crise política e econômica do Brasil se aprofunda de forma inédita e inusitada, mas que ela não começou apenas há seis meses. Para o senador, na verdade, essa crise que temos nos dias atuais foi anunciada há vários anos, e ele mesmo, por diversas vezes no Plenário, alertava que uma bomba-relógio vinha sendo armada na economia brasileira, com o endividamento crescente, os gastos descontrolados, a frouxidão fiscal e o abandono do tripé macroeconômico que por muitos anos promoveu a estabilidade no País.

“É inevitável a discussão da crise porque ela se aprofunda de forma inédita, inusitada e sem precedentes. É evidente que ela não começou há seis meses. Ela vem de antes. Há muito tempo a crise se anunciava. Nós estamos lendo hoje a crônica da crise anunciada há alguns anos”, reforçou o senador.

Alvaro Dias afirmou, no seu discurso, que é preciso separar, de um lado, delações premiadas, denúncias, condenações e prisões, e do outro, a vida da Nação. Para ele, é necessário distinguir as instituições dos seus integrantes.

“Nesse cenário de enxovalhamento e de achincalhe de autoridades públicas do país alcançadas pelas investigações em curso, é preciso não confundir instituição com aqueles que a integram. Que sejam expulsos deste templo da democracia aqueles que desonraram e desrespeitaram os sentimentos e os valores da sociedade brasileira! Que sejam afastados do poder – se possível, que sejam presos –, mas que a instituição seja preservada! É bom repetir sempre que aqui somos passageiros, transeuntes, circunstanciais, episódicos. Somos substituíveis. A instituição, ao contrário, é permanente, insubstituível, definitiva. Nela estão fincados alguns dos alicerces básicos, fundamentais do Estado de direito democrático. Portanto, há que se preservar a instituição”, concluiu o senador Alvaro Dias.