“Brasil tem fábrica de siglas alimentadas com dinheiro público”

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O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) participou de encontro com empresários, esta quarta-feira (25), em São Paulo, promovido pelo portal Money Report. O evento tem como objetivo tornar conhecidas as propostas dos pré-candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano.

No encontro, o líder do Podemos falou sobre diversos assuntos, que incluem fim do foro privilegiado, prisão em segunda instância, pesquisas eleitorais, programas sociais, indicações políticas e reforma da Previdência. Questionado sobre a troca de siglas, Dias respondeu:

“Não temos partidos no Brasil. Temos uma fábrica de siglas alimentada por dinheiro público, com o fundo partidário. Então quando me perguntam por que mudei de partidos, respondo que mudei de siglas. Mudei de siglas para não mudar de lado, para não compactuar com casos de corrupção. Combati o sistema criticando o sistema”.

Confira outros trechos da entrevista com o senador:

Sobre a saída do PSDB “O PSDB abraçou o Eduardo Cunha, abraçou o PMDB, estava desesperado para ir ao poder”

Pesquisas eleitorais “O chefe de uma organização criminosa está liderando as pesquisas. Alguma coisa está errada. Precisamos decifrar esse enigma”

Prisão após 2ª instância “Neste momento, em nome do interesse de um só indivíduo, tenta-se rasgar a jurisprudência consagrada há pouco tempo pelo STF”

Processos de Lula retirados de Moro “Faz parte do movimento político sórdido que tem por objetivo libertar o ex-presidente da prisão”

Foro privilegiado “Se a PEC em tramitação no Congresso já tivesse sido aprovada, aumentaria a expectativa de renovação política na eleição deste ano. Muitos políticos citados em casos de corrupção não tentariam a reeleição”

Alianças nas eleições “Podemos fazer uma coligação para aumentar o espaço na propaganda eleitoral no rádio e na TV, mas sem comprometer a nossa proposta de ‘refundação da República’. Se não houver isso, preferimos ficar isolados”

Outsider “Acho que diante das dificuldades o Brasil passa, nesse impasse trágico, é fundamental conhecer a história de cada um”

Bolsa Família “Neste momento, precisamos manter programas sociais até que o Estado possa oferecer oportunidades para reduzir as desigualdades sociais. O Bolsa Família precisa ser encarado como investimento e não uma despesa. Não há como não transferir renda para socorrer o desastre da desigualdade social existente no país”

Perfil desejado pela população “Equilíbrio, experiência, probidade, busca de coesão. Para que o país possa se recuperar”

Reforma da Previdência “Antes, temos que mostrar e explicar à sociedade por que a Previdência quebrou”

Loteamentos de cargos e indicações políticas “Desqualificaram a gestão pública no Brasil. Isso se tornou uma regra e não exceção. E veio antes dos governos do PT”

Aborto “A legislação atual é suficiente porque já estabelece as excepcionalidades”

Descriminalização das drogas “Sou radicalmente contra. Não atingimos a maturidade suficiente. Seria um estímulo ao uso das drogas”

Porte de arma “Minha posição é pela flexibilidade. Se há o desejo de ter uma arma em casa, que se tenha. Mas obedecendo as leis”

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Fonte: Money Report

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