Alvaro Dias defende preservação da Amazônia e elogia atos contra a corrupção

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O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) fez, esta segunda-feira (26/08), uma defesa da preservação da floresta amazônica como patrimônio do povo brasileiro, mas também como patrimônio da humanidade. “É hora de equilíbrio e de maturidade para entender que é possível compatibilizar os interesses do progresso econômico com a necessidade indispensável da preservação ambiental, que tem que ser uma permanente lição de amor à vida”, afirmou.

Para o líder do Podemos no Senado, defender a Amazônia “não é afrontar a soberania”. “Todas as nações do mundo devem defender a preservação da Amazônia. Todos os habitantes do mundo devem desejar a preservação da Amazônia, sem que isso signifique afronta à nossa soberania. Evidentemente, o que não se deve é apenas proclamar a importância da Amazônia sem contribuir com a sua preservação”, comentou.

Ao se referir ao congelamento no repasse de R$ 285 milhões ao Fundo Amazônia, por parte da Alemanha e da Noruega, Alvaro Dias assinalou que o “mundo tem o dever de participar contribuindo com os recursos necessários para a sua preservação”. Ele recordou que o fundo surgiu em 2008, com o objetivo de captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal. “ (O fundo) Foi concebido em consonância com os velhos e bons ditames e espírito da cooperação internacional”, disse.

Nos últimos 11 anos, destacou Alvaro Dias, foram repassados R$ 3,4 bilhões ao fundo – sendo Noruega e Alemanha os maiores doadores. Os recursos foram utilizados, no período, para financiar diversas políticas públicas no âmbito dos estados, como aeronaves, veículos e embarcações, direcionados à preservação ambiental. No Pará, por exemplo, foi implantado um programa de combate ao desmatamento por satélite com recursos do fundo.

“O que é preciso destacar é que é uma insanidade destruir esse patrimônio. Não há nenhum resquício de inteligência naqueles que praticam criminosamente esse ato oportunista de queimar para, depois, plantar, aproveitando-se deste momento de seca inclemente que proporciona a hipótese de queimadas, mas, na realidade, a maioria esmagadora das ocorrências dá-se exatamente em função do crime. Há a indução para que a queimada ocorra e devaste a floresta”, lamentou.

Protestos contra corrupção

No discurso, o líder do Podemos também celebrou as manifestações populares contra a corrupção, que aconteceram este domingo (25/08). “Milhões de brasileiros escrevendo nas ruas do país o seu manifesto de protesto, de reivindicação e de exigência de mudança. É como se estivesse nascendo uma nova nação, que exige o exercício da cidadania na sua plenitude. E os brasileiros é que ressuscitam a nossa esperança de que é possível, sim, mudar o país para melhor”, disse.

Ele lembrou que que a população foi às ruas pedir o veto integral, por parte do presidente da República, ao projeto de Abuso de Autoridade, aprovado às pressas pela Câmara dos Deputados e que aguarda sanção presidencial. Também criticou os ataques sofridos pela Operação Lava Jato. Para ele, o país tem retrocedido no combate à corrupção, com a desidratação dos mecanismos de investigação e controle.

“O Coaf desapareceu para dar lugar a um outro órgão, com outro modelo, e certamente sem a mesma eficiência, a favor da impunidade. A Receita Federal e seus auditores estão sendo também alvejados, numa tentativa de subtrair prerrogativas fundamentais do trabalho que contribui notavelmente para o combate à corrupção no País. A Polícia Federal tem sido também alvo de alterações, de mudanças, de interferências indevidas. Há assim um tabuleiro com várias peças que se movem com o objetivo de fulminar a Lava Jato, na esperança de se oferecer sentença de absolvição a criminosos e na esperança de criminalizar aqueles que combatem a corrupção no país”, assinalou.