O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao afirmar que o ano de 2014 não poderia ser visto como parâmetro da atuação governamental em relação ao controle dos gastos públicos, deixou explícito que o governo Dilma gastou exageradamente no ano passado em função de sua própria reeleição. A afirmação foi feita pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), durante audiência realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos para ouvir o ministro a respeito das medidas de ajuste fiscal do governo do PT. Alvaro Dias destacou, na comissão, que o titular da Fazenda, em momentos de sinceridade, manifestou contrariedade com algumas medidas tomadas no primeiro mandato da presidente Dilma, e elencou outros erros do Palácio do Planalto na condução da política econômica.
“Em determinado momento, o ministro Levy fez referência à brincadeira da desoneração que custou 25 bilhões de reais ao País. Evidentemente poderia fazer referência a outras brincadeiras, como a contabilidade criativa para escamotear a realidade, a negligência com a inflação, o sepultamento da responsabilidade fiscal e a utilização de instrumentos da economia de política econômica com objetivos eminentemente eleitoreiros, notadamente no ano de 2014. E me parece que esse inconformismo revelado pelo ministro em pelo menos duas ou três oportunidades tem a ver com a dificuldade de impor no ajuste fiscal a participação do Executivo, do governo da União. Parece que quando se transfere a responsabilidade quase que de forma absoluta à sociedade pela crise e não se oferece a proporcional contrapartida do governo, está-se fazendo mais um ajuste de conta com a sociedade do que propriamente um ajuste fiscal”, disse o senador Alvaro Dias.