A indústria brasileira teve, em 2015, o ano com o maior número de perda de empregos na história do País. É o que confirma a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, divulgada nesta quinta-feira (18) pelo IBGE. De acordo com o órgão, o total de pessoas empregadas pela indústria foi reduzido em 6,2% no ano passado, o pior resultado da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002. Entre novembro e dezembro, a queda no número de empregados no setor caiu 0,6%, 12ª taxa negativa consecutiva.
Segundo o estudo do IBGE, na comparação com dezembro de 2014, o emprego industrial mostrou queda de 7,9%. São 51 resultados negativos consecutivos nesse tipo de confronto e o mais intenso da série. O IBGE revelou que a queda do emprego industrial foi generalizada, e o contingente de trabalhadores diminuiu nos 18 ramos pesquisados. As contribuições negativas mais relevantes sobre a média nacional ocorreram principalmente em meios de transporte (-11,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-13,9%), produtos de metal (-10,7%), máquinas e equipamentos (-8,3%), alimentos e bebidas (-2,2%).
O economista do IBGE Rodrigo Lobo explica que a queda recorde no nível de emprego da indústria é reflexo direto da falta de confiança do empresariado na retomada da economia. “O emprego na indústria tem certa rigidez por causa dos custos, se o empresário não tiver expectativa favorável, vai se manter mais cauteloso e não vai retomar as contratações”, afirmou Lobo. O especialista afirma ainda que o cenário ruim da indústria também decorre do encarecimento do crédito, da menor renda e a redução da capacidade de consumo. Pelo lado dos industriais, há também uma elevação de custos.