Economistas de todas as correntes e agências que atuam no mercado financeiro nacional e internacional apontam para um cenário improvável e muito perigoso na economia brasileira. A combinação nem um pouco comum entre alta na inflação, que já ultrapassa os 4,56% acumulados em abril deste ano, e a redução exponencial da demanda, expressa nos repetidos números negativos referentes ao crescimento da economia brasileira, uma combinação que tem potencial de causar estragos profundos no cenário econômico nacional, comprometendo pilares essenciais do círculo virtuoso que se iniciou com a estabilização da moeda em 1994, ano de nascimento do Real.
Não é segredo que os governos petistas estejam minando as bases da política econômica nacional, implantada pelo conjunto de ações ligadas à estabilização da moeda há pouco mais de duas décadas. Porém, pela primeira vez em muitos anos, vemos uma combinação muito perigosa que põe em risco fundamentos macroestruturais da economia brasileira.
Inflação anual próxima a 2 dígitos e retração constante no PIB formam uma combinação difícil de ser combatida e significam que o “remédio” será amargo e o tratamento, a longo prazo.
A receita ortodoxa para o controle da inflação é o aumento da taxa de juros, a fim de controlar a demanda e frear o consumo, principal responsável pelo aumento generalizado nos preços em condições normais de “temperatura e pressão”, e corte de despesas públicas. Porém, no cenário atual da economia brasileira, o responsável pelo aumento nos preços não é a alta na demanda e no consumo, que segue exatamente o caminho inverso desde o início do ano. Segundo economistas, a alta do dólar e dos preços administrados pelos órgãos governamentais (como telefonia, saneamento básico, produção e transmissão de energia, combustíveis e tarifas de transporte público, entre outros) pressionam os preços em 2015.
Uma pesquisa feita com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, e divulgada nesta segunda-feira (01/06), mostra que a previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2015 passou de 8,37% para 8,39%. Somado a isto, a expectativa do mercado financeiro é que o Comitê de Política Monetária (COPOM) eleve a taxa de juros Selic para 13,75 aa, restringindo crédito, desestimulando consumo e freando a produção industrial.
Na prática, a pressão inflacionária é um fator intimamente ligado à alta no consumo, que por sua vez é ligada ao crescimento do PIB e a baixos índices de desemprego. Quando olhamos pra economia brasileira hoje, vemos altos índices de inflação ligados à retração do PIB e altos índices de desemprego (IBGE registrou taxa de desemprego de 6,4% em abril) e inadimplência endêmica tanto em empresas como nas famílias brasileiras (Segundo a Serasa Experian, inadimplência empresarial cresceu 12% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado e o porcentual de famílias brasileiras endividadas atingiu 62,4%)
O lamentável diagnóstico: A economia brasileira entrou com os dois pés em um circulo vicioso e pôs fim a ciclo virtuoso alcançado na década passada depois de plano real. Irresponsabilidade, incompetência e ilusão como maior arma eleitoral custarão caro ao povo brasileiro, legado do PT. (Gustavo-Assessoria)